quinta-feira, 20 de maio de 2010

História da psicologia no Brasil e no Estado da Bahia


Segundo Pessotti, 1988 existem três marcos importante para a psicologia no Brasil. O primeiro período é compreendido em ter a criação das faculdades de medicina no Rio de Janeiro e da Bahia em 1833, e o final do século XIX, por volta do ano 1890. Nessa época não existia nenhuma sistematização ou institucionalização do conhecimento psicológico. A psicologia não era regulamentada. O que existiam eram curiosos em temas e questões psicológicas, e com a chegada da Com a chegada da Família Real, em 1808, e a independência, em 1822, houve uma mudança sócio-cultural no país impulsionando os primeiros passos da psicologia no Brasil. Contudo não existia a profissão do psicólogo no Brasil do século XIX, por isso foi denominado período pré-profissional.

O segundo período, de profissionalização, foi compreendido entre aos anos de 1890 até 1906, com ênfase no ano de 1975. Abrange desde a institucionalização da prática psicológica até a sua regulamentação como profissão. Os marcos mais conhecidos nesse período foram: A reforma de Benjamin Constam em 1890, a inauguração dos laboratórios de psicologia experimental na educação (1906) e a criação do código de ética (1975).

A profissão de psicólogo foi regulamentada pela Lei 4.119, em 27 de agosto de 1962, razão pela qual o dia do psicólogo é comemorado nessa data. A criação e regulamentação do Conselho Federal Psicologia e seus Regionais se deu a partir da lei federal 5.766, nove anos mais tarde, em dezembro de 1971.

O terceiro momento começa no ano de 1975, a profissão, já estabelecida e reconhecida oficialmente, passa a sofrer fortes alterações sócio-econômicas e disputas interprofissionais, houve um grande crescimento de faculdade de psicologia, lançando um grande número de profissionais no mercado de trabalho.

A introdução da psicologia e psicanálise no Brasil passa pelo viés da classe média e alta, onde deitar no Divã de certa maneira significava manter um status social. A grande maioria da população brasileira, que não tinha acesso a tal conhecimento e oportunidades, ainda amargava o sentido da psicologia, muitas vezes atrelando ao sentido de loucura.

Nos anos 1970 e 1980 as áreas na psicologia que mais evoluíram foram: educação, trabalho e clínica, sendo a clínica o maior interesse dos profissionais. Pesquisas foram feitas tentando traçar o perfil do psicólogo no Brasil, as mais recente realizadas em 1994 e em 2001, pelo Conselho Federal de Psicologia, indicam que os dados colhidos em pesquisa anterior no ano de 1988 permanecem os mesmos (Achcar, 1994, WHO/CFP, 2001). A profissão de psicologia no Brasil continua sendo uma profissão feminina, jovem, mal-remunerada e atuante preferencialmente na área clínica, mais especificamente em consultórios.

Na Bahia, o professor de filosofia João Ignácio de Mendonça e Isaías Alves de Almeida, apesar de atuarem em áreas distintas, filosofia e pedagogia, respectivamente, foram os pioneiros na estruturação dos conhecimentos necessária à implantação do curso de psicologia na Bahia. O curso de Psicologia da UFBA foi criado em 1968, mas apenas em 1969 foi inaugurada sua primeira turma de estudantes dessa nova graduação.

Rapold (2003) afirma que durante aproximadamente 10 anos, entre 1958 e 1968, na cidade do Salvador, Bahia, funcionou o Instituto de orientação Vocacional (IDOV), tendo como objetivo principal desenvolver orientação vocacional aos estudantes do ensino médio secundário da época. De acordo com o diagnóstico dado a partir dos testes e métodos utilizados no exame vocacional, e diante da escassez de serviço de psicologia em Salvador nesse período, o IDOV também efetuava atendimento a estes estudantes, para ingresso no mercado de trabalho, tendo em vista atender à demanda da sociedade que atribuía a estas pessoas uma complexidade cada vez maior na hora de escolher suas ocupações.

Por conta do processo de colonização, povoamento e dominação, no contexto histórico da Bahia, no que diz respeito ao alcance da psicologia a serviço da população, acredita-se ter acontecido de formas mais lenta que em outras capitais brasileiras, haja vista a grande população de negros advindos de um processo cruel de escravidão, com déficit sócio-econômico e cultural desconexo a uma realidade dos que podem pagar.

Diante da complexidade que é o ser humano, atualmente, abre-se uma enorme perspectiva de novos campos de ação da psicologia, seja na tradicional clínica, organizacional, hospitalar, jurídica, futebolística, demonstrando que o ser humano pode e deve ser estudado, observado, compreendido sob diferentes aspectos.

Tentar equacionar o ser humano em todas as suas necessidades e completude é encarcerá-lo em seu mundo de idéias e movimentos. Uma missão quase impossível.

Referências:



http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=405912&indexSearch=ID



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